domingo, 2 de agosto de 2009

O termo sustentabilidade e sua crítica I

Arquitetura Sustentável por Souto de Moura

É um problema dos maus arquitetos. Estes se preocupam sempre com temas secundários. Dizem coisas do tipo: "a Arquitetura é Sociologia, Linguagem, Semântica, Semiótica...". Inventaram a 'arquitetura inteligente' – como se o Partenón fosse estúpido –, e agora, a última moda é a 'arquitetura sustentável'. Tudo isso são variantes [complejos] da má Arquitetura. A Arquitetura não tem que ser 'sustentável'. A Arquitetura, para ser boa, já o é, implicitamente, sustentável. Nunca haverá uma boa arquitetura... que seja estúpida ! Um edifício em cujo interior as pessoas morram de calor, por mais elegante que seja, será sempre um fracasso. A preocupação com a 'sustentabilidade' denota, apenas, mediocridade. Não se pode elogiar um edifício por ser 'sustentável'. Seria como elogia-lo por ficar de pé!





A afirmação de Souto de Moura gera será aqui a base de uma discussão.
É claro que Souto tem razão quando diz que a boa arquitetura deve ser necesariamente sustentável. Porém um curto recorrido visual por sua obra e pela obra de outros ilustres e competentes arquitetos, mostra que os temas de sustentabilidade ou de boa arquitetura caminham ainda dentro dos parametros de construção com materiais consagrados ou, como poderiamos dizer atualmente, convencionais.

Ao afirmar que a boa arquitetura é sustentável, o arquiteto estará afirmando também que ela se responsabiliza e participa da decisão social de usar um tipo de material em detrimento de outro? Estará ele querendo dizer que está implícito que além do conforto termico o edifício oferece toda a gama de respostas que a naturalmente interdisciplinaria arquitetura deveria oferecer?

Estarão os arquuitetos realmente preparados para oferecer uma arquitetura com A maiusculo quando ignoram, ou se distanciaram tanto das origens dos instrumentos básicos de seu trabalho?

Valendo-nos do presuposto da conexão intrinseca da arquitetura com as ciencias sociais. Estará ele querendo dizer que o papel dos técnicos não se sobrepôs ao desejo da sociedade?

Consideremos que dentro distante ideal grego os técnicos cumpriam somente o desejo da sociedade. Somente encontravam o caminho para realizar tecnicamente o que a sociedade houvesse consensuado eticamente. Seria este o ideal que o arquiteto atual trata de plasmar?

Nesta consagração de materiais e modos, tantas vezes ligada a uma repetitiva e imposta propaganda de eficiencia reiterada ao longo de muitos anos, a consagração dos modos construtivos em concreto armado corroborado por normas e tecnicas, gerou, no ambito da técnica, a repetição destes modos à exaustão e ocasionou o colapso en vários espaços naturais fornecedores das matérias primas.

Como se não fosse suficiente que o ciclo de produção do cimento seja ao mesmo tempo que devastador do espaço, é também um tipo de industria tão restrita e especializada, que não fomente outras atividades economicas. Deprime socialmente a população, gera resultados colaterais poluentes e nocivos a saúde.



Ora, será que podemos desalentar o esforço do termo sustentável em tratar de recuperar para a arquitetura algo da digna senda de interdisciplinariedade que ela um dia representou. De esclarecer para os jovens arquitetos treinados durante o julgo do tecnicismo disciplinar, a voltarse sobre as questões que não farão mais aquela arquitetura com viseiras e sim uma arquitetura que recupere e renasça como uma fenix desde as cinzas da disciplinariedade cega?

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